24 de ago. de 2010

A MULHER. O PODER.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, nestas eleições temos 737 candidatas a deputadas e 18 mulheres candidatas a senadoras. Ainda é muito pouco se estabelecermos comparações com outros países e, sobretudo, se levarmos em consideração que, no Brasil, as mulheres representam o maior contingente eleitoral.

De qualquer maneira, descontados os motivos que impedem a ampla participação feminina no universo político (e esse estado de coisas certamente mudará com o correto cumprimento da Lei nº. 12.034/09, chamada de minirreforma eleitoral), a mulher, cada vez mais, tem mostrado a que veio. Se antes a igualdade real parecia um sonho difícil demais a ser perseguido, fato é que essa busca, essa árdua luta, somente fortaleceu a mulher, modificando, ainda que não pareça, os rumos de uma sociedade tradicionalmente patriarcal e culturalmente machista.

E as constantes mudanças, me perdoem os homens, devemos a nós, mulheres, que nos organizamos em movimentos e saímos da esfera privada para a vida pública, carregando dentro de nós uma inesgotável capacidade, além de força, para empreendermos qualquer tipo de ação a que nos propomos, e em qualquer espaço.

Mas como nem tudo são flores, felicidade e vitória, e existe ainda um longo caminho a ser percorrido, precisamos, e de forma emergencial, acabar com todo e qualquer clichê e ou estereótipo que, em primeiro lugar, nos aponte principalmente como administradoras eficientes do lar ou como mães capazes de um aleitamento em massa. Somos mães? Somos. Cuidamos de nossas casas? Claro. Mas somos, e vamos, além de nossas casas, de nossos filhos, de nossos peitos cheios de leite.

Colocamos nossos filhos no mundo, alimentamos nossos rebentos, damos a eles nosso amor, cuidamos de nossos lares, cumprimos com nosso papel biológico, trabalhamos dentro e fora de casa, mas como seres humanos completos é a inteligência que determina nosso papel.

A sociedade evoluiu, portanto, não há mais espaço para papéis construídos em priscas eras, ou de uma época em que a mulher vivia à sombra de seu companheiro e valia somente como parideira e fator de estímulo ao sucesso profissional e social de seu marido e de seus filhos.

O mundo, é preciso compreender, não pertence mais a um do que a outra. É de todos por direito.

Afinal, não somos todos iguais?


MARIZA LOURENÇO
Advogada
Conselheira do CMDM – Valinhos
Presidente da Comissão da Mulher Advogada da 139ª Subseção da OAB/SP.

Um comentário:

  1. Sueli Marostica Mamprin24 de agosto de 2010 às 20:46

    Mulheres aproveitem para ler esse artigo que está excelente e repassá-lo as amigas.
    Parabéns Conselheira.

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